quarta-feira, 13 de maio de 2009

Dia do Trabalho

No Brasil e em vários países do mundo o Dia do Trabalho é comemorado em 1º de maio. Se hoje essa data é marcada por muitas festas e shows, no passado o foco era outro, o dia era alvo de manifestações e passeatas. Assim como o caráter desta data mudou, o perfil do trabalhador brasileiro também sofreu alterações ao longo dos anos. Hoje, criatividade e empreendedorismo são características destacadas por especialistas como típicas do nosso povo. A história do Dia do Trabalho começa em 1886 na cidade de Chicago, nos Estados Unidos. Em 1º de maio deste ano, milhares de trabalhadores se juntaram e foram às ruas para reivindicar melhores condições de trabalho. Na sequência, diversos outros acontecimentos marcaram esta data, culminando com a morte de doze protestantes e dezenas de pessoas feridas. Três anos mais tarde, em 20 de julho de 1889, a Segunda Internacional Socialista, reunida em Paris, na França, criou o Dia Mundial do Trabalho, que seria comemorado todo dia 1º de maio. No Brasil, a primeira lembrança que se tem desta data se dá em 1895, na cidade de Santos, por iniciativa do Centro Socialista. Mas, foi só em 1925 que a data foi consolidada como Dia dos Trabalhadores, quando o presidente Artur Bernardes baixou um decreto instituindo este dia como feriado nacional. Desde então, comícios, passeatas, festas e shows ocorrem por todo o país. Mas, foi com Getúlio Vargas que a comemoração começou a ganhar importância. Era em 1º de maio que o governante anunciava leis e iniciativas que atendiam diversas reivindicações dos trabalhadores, como a criação do salário mínimo, da redução da jornada de trabalho para oito horas diárias e da criação do Ministério do Trabalho”, explica Francisco Paiva Junior, professor de história do Colégio Módulo. Os primeiros anos da Era Vargas foram marcados também pelo início da industrialização no Brasil, época em que houve o crescimento de grandes centros urbanos. Até que todas essas leis anunciadas pelo Getúlio Vargas foram reunidas pela CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) em 1943. “Foram essas leis que garantiram um mínimo de segurança e estabilidade para o trabalhador. Mas, da mesma forma que elas contribuíram para formalizar e regulamentar o trabalho no Brasil, é possível dizer que elas reforçaram as características profissionais dos brasileiros como ser empreendedor e criativo”, aponta Francisco Paiva Junior. Com o passar dos anos, essas leis foram ficando obsoletas e, apesar de garantirem os direitos e deveres dos trabalhadores, engessam e burocratizam o mercado de trabalho. Além disso, nunca houve emprego suficiente para todos os brasileiros. Logo, surgiu a necessidade do brasileiro ser criativo e inventar modos de sobreviver. “Na verdade, o jeitinho brasileiro sempre aconteceu no Brasil. O primeiro trabalhador foi o escravo. Se ele não desse um jeitinho para fazer o serviço, era vítima dos castigos corporais. Então, essa ausência de respaldo institucional e governamental gera a necessidade da cultura do jeitinho, que também pode ser positiva e chamada de empreendedorismo”, explica Francisco. Segundo o SEBRAE-SP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo), há várias definições para empreendedorismo. Mas, as principais são iniciativa, capacidade para perceber uma oportunidade no mercado e ter habilidade para transformar essa oportunidade em um negócio lucrativo.

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